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Romaria da Mãe Rainha em tempos de pandemia: "chorem de alegria e que a Mãe enxugue as vossas lágrimas"



Por Pastoral da Comunicação - PASCOM

No dia 18 de julho do ano 2000, um grupo formado por cinco pessoas conduziu, em caminhada, uma capelinha da Mãe Rainha saindo da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Mauriti (CE), com destino ao Sítio Gravatazinho, distante 18 quilômetros da sede municipal. Esta caminhada fora o prenúncio do que hoje se tornou uma romaria conhecida não somente nos arredores do Gravatazinho. Milhares de pessoas das diversas localidades do município, de outras cidades, estados e dioceses do país acorrem ao santuário para manifestarem sua devoção à Mãe tão querida, venerada, nesta pequena porção do povo de Deus, sob o título de Mãe Rainha e Vencedora Três Vezes de Schoenstatt.

20 anos depois, a participação presencial na Romaria da Mãe Rainha, que reunia mais de 20 mil pessoas por ano, reduziu-se, novamente, ao pequeno número de pessoas que a iniciou, em vista do contexto mundial modificado pela pandemia da covid-19. Obedecendo às orientações do Estado e da Diocese para evitar qualquer tipo de aglomeração e combater o avanço do novo coronavírus, a Romaria foi celebrada, no entanto, com transmissão ao vivo pelas redes sociais do santuário e os devotos, em casa, participaram das novenas e momentos celebrativos.


“Fizemos de nossos lares uma Igreja Doméstica”

“Neste tempo em que vivemos momentos difíceis diante desta pandemia e, em isolamento social, fizemos dos nossos lares uma Igreja Doméstica, na qual vivenciamos este período muito forte. Perante aumento de casos positivos e óbitos em nossa cidade, nunca perdemos a nossa fé e confiança na Mãe Rainha; sempre entregando, confiando e agradecendo. Os meios de comunicação social vêm para enriquecer a nossa espiritualidade”, partilhou a devota Gervasiana Almeida, que viveu a Romaria em casa com a família.


Desafios vencidos e graças alcançadas

Para o diácono Francisco Alves, organizador da Romaria e responsável pelo movimento de Schoenstatt na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em primeiro momento, foi um “choque” ter que reduzir a participação a seis pessoas, uma vez que a experiência da Romaria é do encontro, do abraço e da partilha. Outros desafios também vieram como, exemplifica, o domínio das redes sociais e ferramentas de comunicação para levar a programação às famílias. No entanto, as orações fizeram com que todas as barreiras fossem vencidas e, com ela, muitos aprendizados foram adquiridos: “desde o dia sete de junho, a cada dia um grupo do movimento era responsável por ficar um dia inteiro de oração”, disse. “A gente rezou muito durante essa Romaria. Nunca tínhamos rezado como rezamos este ano porque a gente não tinha tantas atividades externas, eram mais internas e, assim, tínhamos oportunidade de rezar mais”, comenta o diácono que esteve a todo momento em quarentena numa casa nas instalações do santuário com a equipe de voluntários. Sobre o contato com os devotos e romeiros por meio das redes sociais, o diácono diz que, em sua vida, nunca recebeu tantas mensagens. “Foi necessário criar um WhatsApp próprio para o santuário porque eu não consegui dar conta de tantas mensagens e testemunhos que estavam chegando”.

De acordo com o ele, a novena, que pode ser rezada por cada família, foi também algo marcante: “muitos testemunhos de graças alcançadas, reconciliação entre maridos e esposas, filhos afastados e que foram resgatados pela tradição de, no final da novena, pedir a bênção aos pais. Escutei muitos áudios de pessoas que diziam: ‘faz tempo que meus filhos não me davam a bênção e, agora, estão me pedindo’... E Continua: “pessoas que não se falavam e agora estão se falando porque tinham que rezar a novena juntas. Isso foi muito importante”.

Por último, a vinculação do povo simples ao santuário é algo de que não se resta mais dúvidas., afirma. “Realmente o santuário tem uma força espiritual grandiosa e a gente precisa, como Igreja, apoderar-se desta situação para Evangeliza. O Santuário é do povo e a gente precisa fazer com que esse lugar se torne cada vez mais um lugar de Evangelização, oração e oportunidade de trazer de volta as pessoas para a vivência de fé”, concluiu.



Missa de encerramento

Ao cair da tarde de ontem, 18 de julho, as imediações do Santuário se achavam completamente vazias. Sem o barulho do povo nem a poeira no ar, como se vê em anos anteriores, apenas os pássaros a cantarolar e uma suave ventania se notava no espaço, enquanto, "no meio do mundo", ouvia-se o rumor de fogos vindo de todas as partes.

Ao olhar para a cena, seu José Miguel, pai do Diácono Francisco, que mora ao lado do Santuário, disse: "a gente suporta porque Deus tem misericórdia", referindo-se a saudade da Romaria com a participação da multidão. Porém, esperançoso: "vamos rezar muito para que Deus toque no coração da ciência para descobrir uma vacina pelo menos daqui para o final do ano", pede. "E pedir a Nosso Senhor que, quando ela [a pandemia] se acabar, não venha outra contrariedade igual a ela", continua.




Em sua homilia da Missa de encerramento, de forma profética, Padre Edivan Guedes [pároco de Mauriti] e presidente da celebração que aconteceu às 17h na capela Tabor da Misericórdia afirma que a Romaria deste ano, no contexto que foi vivenciada, é uma preparação para a do próximo: “vamos nos preparando e já fazer o nosso grande capital de graças. Nós temos muito o que, no próximo ano, trazer a graças para este santuário. Não esqueçamos disso!”, exorta. “No próximo ano, se Deus quiser, estaremos aqui rendendo louvores à Santíssima Mãe Peregrina e agradecendo a Ela por estarmos juntos em mais um ano. Este ano foi um ano de preparação para vivermos o tempo da graça do Senhor. Deus nos prepara para isso. E quem está conosco nestes tempos? Ninguém melhor que a Santíssima Virgem!”, considera referindo-se ao trabalho da equipe de voluntários representando nela todos os demais servos e romeiros que, durante aquele dia, gostariam de estar no espaço sagrado. “Neste momento estão as lágrimas descendo por não estarem [fisicamente] aqui, mas chorem de alegria e que Maria enxugue, purifique e santifique as nossas lágrimas”.



Em Romaria, Santuário Vivo na construção de uma Igreja do Pão e da Palavra

A respeito do tema da Romaria, “este santuário quis viver, neste tempo espiritual dois pilares fortes da caminhada de evangelização da Igreja nesses próximos quatro anos: o Pão e a Palavra. Durante este ano espiritual profundamente vivido, escutando mais a palavra, saboreando mesmo à distância o Pão Eucarístico que fortalece e anima a nossa vida, este santuário que quis e quer transmitir aos seus peregrinos, filhos da Virgem Maria, este encontro espiritual com o Pão e com a Palavra”.




Ao final da Missa, a queima de fogos no santuário encerrou oficialmente a XX Romaria da Mãe Rainha no Sítio Gravatazinho, na esperança que, no ano vindouro, esse momento de fé e de graças seja vivido com ainda mais fervor pelos seus devotos, juntos, partilhando do abraço e calor humano.





Comentários

  1. No próximo ano se Deus nos permitir, estaremos louvando a Deus e a nossa Mãe Rainha pelo fim desta Pandemia!

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  2. Foi muito lindo deixando saudades e muitas lágrimas e desejo de estar presente na aquele momento como de costume mas valeu asistir de casa muito obrigado mãe Rainha.

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