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Comunidade Paroquial de Mauriti-CE celebrou festa da Mãe Rainha

 


Em março do ano passado, quando a pandemia da Covid-19 chegou ao Brasil, a Igreja, assim como os demais segmentos da sociedade, precisou se adequar ao novo cenário para evitar a disseminação do coronavírus. Dentre as medidas adotadas, as celebrações litúrgicas ficaram acontecendo em formato estritamente remoto e, evidentemente, procissões e peregrinações ligadas à religiosidade popular foram suspensas. Dentre estas, a visitação com a imagem da Mãe Rainha foi vetada. A decisão levou em consideração o fato de que a maioria das missionárias têm idade aproximada ou superior a sessenta anos e, por isso, pertencem ao grupo de risco para a infecção da doença. A ameaça seria para elas, como também para as famílias que fossem receber a imagem, pois a capelinha é um objeto sacro que circula constantemente sob o contato físico de inúmeras pessoas. Para o momento de crise sanitária na saúde, não seria adequado manter a peregrinação até a diminuição satisfatória dos casos de contaminação.

No número das missionárias da Mãe Rainha espalhadas no mundo inteiro que sofreram intensamente esta mudança, está dona Maria do Socorro, residente no sítio Mucambo, em Mauriti-CE. “Senti muita ‘emoção’ de eu não visitar as famílias e ver a Mãe Rainha 'parada'!”. Ela conta que a cada dia, em sua casa, rezava o terço pela família que seria visitada naquela data. Em suas orações, ela pedia também à Mãe que livrasse a sua comunidade do coronavírus. Embora a doença tenha se alastrado fortemente pelo município, a localidade onde dona Maria vive foi uma das poucas que, segundo a evangelizadora, não registrou nenhum caso de infecção pela enfermidade. “Graças a Deus!”, exclama. Maria do Socorro está nesta missão há 21 anos e, sobre a responsabilidade de levar a Mãe Rainha às famílias, diz que a missão não é nada cansativa: "cansativo é eu não ir”, brincou.




Após um ano e sete meses com a jornada suspensa, no último sábado, dia 16 de outubro, os(as) missionários(as) de toda a Paróquia Nossa Senhora da Conceição receberam a bênção de envio para retornarem à missão presencial como antes, porém, ainda respeitando o uso obrigatório de máscaras e a higienização das mãos à base de álcool 70%. A bênção foi dada pelo Padre Edivan Guedes (pároco) durante a Missa da Festa da Mãe Rainha, que aconteceu ao cair da tarde, na Igreja Matriz. No dia em que o Governo do Estado do Ceará liberou a capacidade da ocupação de 100% das Igrejas, a assembleia esteve preenchida pelos(as) missionários(as), cada qual levando a imagem da Mãe Rainha de sua comunidade.






No início da sua homilia, Padre Edivan reflete que a visita da Mãe Rainha às famílias leva consigo a presença de Jesus, que é vida, caminho, verdade e luz, como se canta no hino da peregrinação. “Quando o Santuário da Mãe Peregrina adentra aos nossos lares, ele leva Jesus Cristo, que é caminho, verdade e vida. Por isso, queridos irmãos e irmãs, acolher o Santuário da Mãe Peregrina em nossas casas é receber Nosso Senhor Jesus Cristo, que traz a paz, a salvação e a vida. Nossa Senhora, a Mãe Peregrina, pede-nos que os nossos lares estejam sempre abertos para acolhê-la naqueles dias que já preparamos a nossa casa e a nossa família e, ali, fazemos as nossas orações”, disse.



Para o Diácono Francisco Alves, coordenador do Movimento de Schoensttat na paróquia, a expectativa para o retorno é que “será um tempo de renovação e reavivamento da caminhada da Mãe Peregrina, da devoção e da espiritualidade nas famílias”. A previsão é que as peregrinações retornem a partir do mês de novembro, mas até lá alguns preparos estão sendo feitos. Já ocorreu um processo de recadastramento das famílias nos setores paroquiais que recebem a visita da Mãe Rainha e a formação de novos missionários. 
Na ocasião, foi apresentada à comunidade a nova coordenação paroquial do movimento.



Pastoral da Comunicação - PASCOM


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