Assassinato completa 50 anos em 2025
Na manhã deste 16° domingo do Tempo Comum, a comunidade paroquial de Mauriti (CE) e região realizou mais uma experiência de peregrinação ao local do homicídio de Maria Filomena de Lacerda, mulher mauritiense assassinada há 50 anos pelo esposo na residência do casal. Uma caminhada orante saiu às 4h da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, no centro da cidade, com destino ao Sítio Pereiros, onde aconteceu a tragédia, culminando com a Santa Missa.
"Para muitos, um sinal de desgraça; para nós, um sinal da graça de Deus. Oferecer o que ela tinha de melhor a Deus, como a atitude de Marta, descrita no Evangelho de hoje (Lc 10, 38-42). Foi isso o que Filomena fez: ofereceu a Deus o que ela tinha de melhor",
assim iniciou sua homilia o Padre Admo de Sousa, Vigário Paroquial, trazendo à lembrança o testemunho de Filomena, uma mulher de oração, caridade e doação ao Reino de Deus.
Essas características expressivas de sua personalidade é o motivo que reúne os fiéis para rezarem pela sua alma, dada a comoção que sua morte gerou, como também o que ela representou em vida para a comunidade e, agora, com testemunho imortalizado nos frutos espirituais da sua vida de fé.
"Filomena, em sua humildade e condição adversa, soube oferecer aquilo que ela tinha de melhor. Em sua vida tão sofrida, não esqueceu de oferecer aquilo que temos de melhor, e não aquilo que nos sobra", refletiu o padre.
Após a Celebração da Eucaristia, os fiéis partilharam um café nas imediações da capela e fizeram um momento de convivência fraterna.
Quem foi Maria Filomena de Lacerda
Maria Filomena de Lacerda nasceu em 10 de novembro de 1925, no Sítio Pereiros, em Mauriti (CE), filha de João Augusto de Lacerda e Maria Augusta de Lacerda. Jovem piedosa, dedicada às coisas de Deus, chegou a estudar com as Filhas de Santa Teresa de Jesus, em Crato, onde sentiu o chamado à vida religiosa. Contudo, desistiu da vida religiosa e voltou a Mauriti para unir-se em matrimônio a seu primo, Manoel Nazário de Lacerda, porém, mantendo uma vida marcada por fé, humildade e resignação diante das dificuldades que viriam a surgir desta união. Quando tinham 25 anos de casados, o esposo tratara com a amante para ceifar a vida de Filomena, cujo assassinato foi cometido aos 21 dias de julho de 1975, no Sítio Pereiros, na residência do casal. Filomena destacou-se por seu testemunho cristão, caridade e devoção à Virgem Maria, especialmente à Nossa Senhora da Conceição. Foi uma exímia catequista na comundiade, deixando um exemplo de fé, amor e esperança para todos que a conheceram.
Experiência de peregrinação
Anualmente, ao amanhecer do terceiro domingo do mês de julho, a comunidade se reúne no local da tragédia para rezar uma Missa em sufrágio de sua alma. Fiéis se dirigem à pé até o local, fazendo orações ao longo do caminho. No quarto sábado de cada mês, familiares e membros da comunidade vão até o local para a oração do Santo Terço.
Por Pastoral da Comunicação - PASCOM
Paróquia Nossa Senhora da Conceição
Mauriti (CE)
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