"A gente costuma dedicar muito tempo ao ativismo de nossas atividades pastorais e pouco tempo à oração. Não falo da oração pessoal, aquela que a gente faz diariamente, mas, sim, da oração em grupo. Rezar juntos, enquanto agentes de pastoral, é muito importante para tornar fecundo o nosso trabalho. Nós, que somos Pastoral de Comunicação, precisamos de momentos assim, afastados da internet, das câmeras, transmissões, postagens, para refletir o sentido de nossa missão", explica o estudante Fabrício Furtado, coordenador da Pastoral de Comunicação - PASCOM da paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Mauriti/CE, que, neste fim de semana, esteve em retiro espiritual. O encontro aconteceu no sítio Pombos, distante três quilômetros da sede de Mauriti.
A proposta programada foi simples. Iniciou ontem, sábado (04), com o jantar, seguido da oração do Terço e meditação do segundo capítulo do Evangelho de João, que traz o acontecimento das Bodas de Caná, intercalado à leitura do livro O Primeiro Amor do Mundo, do venerável cardeal Fulton Sheen. Hoje, domingo (04), após o café da manhã, foi feita uma trilha orante, meditando as aparições de Nossa Senhora em Fátima (Portugal, 1917), La Sallete (França, 1846), Medjugorje (Croácia, 1981) e Akita (Japão, 1973), e rezando nas intenções da Virgem pedidas nestes lugares, presentes no livro A Adversária da Serpente, escrito pelo padre Gabriel Vila Verde.
As reflexões suscitadas pela partilha da palavra de Deus e pelas leituras realizadas servem não somente ao trabalho pastoral, mas a vida diária.
"A primeira lição de Caná é: 'ajuda-te e o céu irá ajudá-lo". Nosso Senhor poderia produzido o vinho do nada, como Ele havia feito o mundo do nada, mas quis que os serventes trouxessem as talhas e enchessem com água. Não devemos esperar que Deus nos transforme sem que apresentemos algo para ser transformado. (...) Não podemos ficar passivos, enquanto se aguarda a manifestação do poder de Deus; deve haver o gesto indispensável da nossa própria liberdade, mesmo que leve a Deus algo sem entusiasmo como as águas cotidianas das nossas vidas insípidas. (...) (O Primeiro Amor do Mundo, p. 106).
Os jovens refletiram que não se pode, simplesmente, esperar o agir de Deus em nossas vidas, sem manifestar os nossos esforços ante ao que desejamos. Além disso, é necessário buscar o discernimento para sabermos se, de fato, o que pedimos a Deus é, uma necessidade. Se trata-se apenas de um desejo particular ou se é, de fato, algo que Deus precisa agir em nossas vidas. A partir de então, a reflexão seguiu com a confiança que nós, filhos e devotos marianos, precisamos ter na maternal intercessão de Nossa Senhora. Qual nas Bodas de Caná, Maria é a primeira a identificar as nossas necessidades e, silenciosa e diligente, apresentá-las a seu filho Jesus para que Ele resolva.
"A segunda lição é que Maria intercede para obter a nós o que precisamos, mesmo antes de sabermos as nossas necessidades. Nem o chefe dos serventes, nem os convidados sabiam que estavam faltando vinho; portanto, não poderiam pedir ajuda. Da mesma forma, se não sabemos o que a nossa alma precisa, como poderemos colocar essas necessidades em nossas orações? Muitas vezes não sabemos o que é vital em nossas vidas: São Tiago nos diz que não pedimos corretamente, mas procuramos satisfazer apenas os nossos desejos carnais e egoístas" (O Primeiro Amor do Mundo, p. 107).
A proposta, para a partir de agora, é que mais momentos como estes de oração e convivência fraterna, sejam realizados, no mínimo, uma vez a cada mês.
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