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MÊS DE MAIO: a mãe da terra que ensina a amar a Mãe do Céu



Por: Jacinta Madeiro Janoca

A minha história com a Virgem Maria vem desde muito antes, é um presente de Deus dado por minha mãe (in memoriam), que se tornou um dos meus maiores prazeres que é chegar no mês de maio e poder levar a imagem de Nossa Senhora a muitos lares aqui na cidade de Mauriti.

Há mais de 50 anos, minha mãe Raimunda Madeiro Amaro, conhecida como "Dona Mundoca", iniciou uma peregrinação com as imagens de Nossa Senhora nos bairros Serrinha, Novo Mauriti e Vila de Fátima, este último o qual ela deu esse nome, pois antes era chamado de “Olho D'aguinha”.

A minha mãe, Dona Mundoca, quando chegava o período do mês de maio, se preparava para poder andar com os andores com as imagens da Mãe de Deus. As imagens eram de Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Fátima. Quinze dias antes de iniciar o primeiro de maio, ela ia nas casas das pessoas que recebiam as imagens para pegar os nomes delas. Eu, muito pequena, a acompanhava, pois ela sempre dizia que quando não pudesse mais fazer a peregrinação do mês de maio, eu iria tomar de conta de tudo para que fosse levado de geração e geração.

(Raimunda Madeiro Amaro, "Dona Mundoca" (in memorian)

De acordo com o seu desejo, logo após não poder mais andar por causa da idade, eu fiquei tomando de conta dessa missão com muito orgulho, pois o prazer da minha mãe foi não deixar que essa tradição acabasse. Então, com a força que Deus e Nossa Senhora me davam, eu andava com as imagens e cuidava de minha mãe, que depois foi diagnosticada com Alzheimer, mas mesmo assim tive forças para continuar com a ajuda de meus filhos e netos. Minha mãe faleceu em 27 de outubro do ano passado, e Graças a Deus nunca deixei de cumprir meu acordo com Deus e com ela.

(Jacinta Madeiro e seu neto, José Rodolfo. Foto: PASCOM)

Outro grande presente que minha mãe deixou foi o prazer de ajudar aos moradores da Rua Epitácio Leite, antes chamado de Pé de Cajá, a receber a imagem de Nossa Senhora de Fátima todo ano, no dia 01 de maio. Essa tradição completa-se 54 anos no primeiro do mês [maio], e eu, filhas e filhos de pessoas que também contribuíram para que continue essa recepção a Virgem Maria chagasse até hoje aos nossos filhos, aos netos e bisnetos dessas pessoas.

Portanto, minha convivência com a Virgem Maria é muito próxima, desde criança até os dias atuais. Hoje, peço a Deus que livre o mundo dessa pandemia para que possamos retornar a nossa vida normal de fé e social. Há muita dor em saber que depois de toda essa história que contei, essa seja o primeiro ano que eu não irei peregrinar com as imagens, e minha rua não receberá a visita da Mãe de Deus. Quero que Nossa Senhora nos livre de tudo isso, e agradeço a oportunidade de falar um pouco da minha história. Deus abençoe a todos.


(Visita da imagem a "Rua do Pé de Cajá", atual Epitácio Leite. Foto: reprodução)


PASTORAL DA COMUNICAÇÃO - PASCOM

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