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Sexta-Feira da Paixão do Senhor: do lenho da Cruz pendeu a salvação do mundo


Aproximando-se das três horas da tarde de hoje, em Mauriti, a luz do sol foi encoberta por um véu de nuvens que se desfez numa suave neblina minutos antes de iniciar a Solene Ação Litúrgica da proclamação da Paixão do Senhor. Um silêncio pairava sobre a cidade. Foi neste clima que teve início a tradicional celebração da Sexta-Feira Santa na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.



Com o badalar do relógio da Matriz anunciando a hora que Cristo desfaleceu na Cruz, a procissão de entrada, silenciosa, adentrou o corredor central. Ao fim do cortejo, apenas o pároco, Padre Edivan Guedes, prostrou-se diante da Sagrada Cruz, enquanto os demais permaneciam de joelhos. Em seguida, a celebração seguiu com seu rito próprio. O diferencial, no entanto, era que a Matriz não estava completamente cheia de fiéis como nos anos anteriores, em virtude do isolamento social provocado pelo avanço do novo coronavírus. É tanto que, na oração universal, foi inclusa uma prece pelos que padecem da pandemia do covid-19.
Os paroquianos, no entanto, mantiveram a comunhão unidos espiritualmente por meios dos canais de comunicação.


Após a leitura do texto da Paixão, o Vigário Paroquial, Padre Àrysson Magalhães, conduziu a reflexão. O padre inicia ponderando que, em meio ao amor que, na sociedade, está "relativizado e requisitado conforme condições, vemos, nesta Sexta-feira Santa, um amor incondicional, que soube perder para ganhar. O amor que nos ensina, salva e liberta", disse. Assim, segundo ele, recebemos hoje o convite para, contemplando a imagem de Jesus no alto da Cruz, amemos uns aos outros como Ele amou. Hoje, conforme a reflexão, é possível observar "a maior expressividade do amor de Deus que se fez homem e entregou a sua vida por cada um de nós".


Após o despir do "lenho da Cruz", como medida de prevenção, não aconteceu o tradicional Beijo da Cruz. Apenas o pároco o fez. Os demais fizeram sua adoração apenas se ajoelhando diante dela.



As próximas horas são de silêncio e recolhimento. Os católicos, a exemplo de Maria Santíssima, no cumprimento da profecia de Simeão, "guardam no coração todas as coisas que lhe foram ditas" até que se chegue o momento de proclamar, solenemente, a boa-nova, que Cristo venceu as sombras da morte e ressuscitou gloriosa e verdadeiramente.



Pastoral da Comunicação - PASCOM

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