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Solene Vigília Pascal: Cristo domina as águas do abismo e vence as trevas com a luz


A Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Mauriti, celebrou a Vigília Pascal na noite de ontem sem a presença física da comunidade como medida de prevenção à pandemia da covid-19. A solene liturgia, no entanto, manteve a sua sobriedade e esplendor para celebrar dignamente a ressurreição gloriosa de Jesus, que venceu e triunfou sobre a morte. Por meios dos canais de comunicação, os paroquianos participaram da Missa em suas Igrejas Domésticas e, em comunhão com o pároco, Padre Edivan Guedes, fizeram ressoar o grande anúncio: Cristo vive! 

A Celebração iniciou na porta de entrada da Igreja Matriz com o acendimento do Círio Pascal, que representa a luz de Cristo resplandecente sobre a escuridão da morte. Logo em seguida, a procissão de entrada percorreu o corredor central até o presbitério, onde, ao lado da mesa da Palavra, o Círio foi posto. Em seguida, foi feita a proclamação das leituras e salmos, relatando os feitos de Deus sobre a humanidade desde a criação do mundo à ressurreição de Jesus.



Quando o grande "gloria in excelsis deo" foi entoado por Padre Edivan, o coral prosseguiu cantando e a alegria da ressurreição prevaleceu com a proclamação da boa nova: o sepulcro está vazio. Cristo dissipou a morte e está vivo entre todos.


Padre Edivan inicia a sua homilia retomando o que foi proclamado nas leituras e salmos para explicar que elas querem "recordar á comunidade Cristã os fatos importantes da salvação e os valores essenciais da nova vida de filhos de Deus que trazemos em nós". 

No contexto do acontecimento Pascal narrado no livro do Êxodo, "Deus viu que tudo o que havia feito era bom. Ele, que domina as águas do abismo e vence as trevas com a luz, revela-se como Salvador". Esta narrativa, segundo o padre, reflete a consciência de um povo que sabe dever sua liberdade à intervenção de Deus. 


O padre fala de outro tema particular presente nas narrativas: o da água e do Espírito "derramarei sobre vós uma água pura e dar-vos-ei um coração novo", que será retomado nos textos batismais do Novo Testamento [Jo 4; Rm 8, 1-3]. A importância nesta leitura é a catequese Batismal. Cristo, no seu ministério de vida e morte que, mediante o Batismo, realizou-se naquele que é batizado. O Batismo não é só uma aplicação dos frutos da Paixão e ressurreição de Cristo ao batizado, mas é sua realização mística", disse.

Adentrando a reflexão, no Evangelho, o padre comenta que Mateus coloca sua narrativa entre o dado dos guardas
postos à frente do sepulcro [27, 62-66] e o boato por eles espalhados: os discípulos roubaram o corpo de Jesus [28, 11-15]. Confrontados com o "vinde ver o lugar em que Ele estava". "Os dois dados afirmam que tanto os que creem como os que não creem sabem que o túmulo está vazio. Os guardas não são testemunhas da ressurreição; só o discípulo pode sê-lo. "Para Mateus, Jesus é agora aquele que apareceu sobre as nuvens do Céu [26, 64] e recebeu todo poder [28, 18]", comenta.


E finalizou com "outra particularidade do evangelista": o anúncio do anjo [28,7] repetido pelo próprio Jesus [28,10]: "Então, Jesus disse a elas: 'não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá eles me verão'", finalizou.



Ao final da celebração, Padre Edivan agradeceu a todas as equipes - liturgia, comunicação e ornamentação - que, enfrentando a realidade da pandemia, dedicaram seu tempo a preparar bem as liturgias para os fiéis que estão acompanhando em casa. "Mesmo com o coração partido por não estarmos aqui reunidos, partilhamos da comunhão espiritual. Vamos nos entregar ao senhor e pedir a Virgem Maria que nos ajude a permanecer confiantes neste certeza desta graça que é a Ressurreição", finalizou.



Fotos/Texto: Pastoral da Comunicação - PASCOM

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