Por Maria Goretti Santana Barbosa
"Salve, Maria!”
Amados irmãos e irmãs!
Moramos em um território mariano o que é uma honra para todos nós mauritienses e para aqueles que aqui chegaram, e tomaram posse também dessa graça, pois todos temos Maria como a nossa Mãe e esse privilégio foi um presente do seu Divino Filho, na hora dolorosa de sua morte de cruz. “A presença de Maria junto a cruz. A Mãe sofre no coração a agonia do Filho em meio as dores lancinantes! Admirável a força dessa Mãe que permaneceu de Pé”. Maria oferece ao Pai seu Filho no alto da cruz e recebe, não só João, mastodos nós: “Mulher, eis ai teu Filho, e ao discipulo: Eis ai tua mãe” (Jo 19, 26-27a). Somos filhos de Maria desde o calvário, remidos pelo sangue de Jesus. Qualquer que seja a nossa idade, Maria é a nossa Mãe! Isso é lindo!
O
mês de maio em Mauriti é rico de significados, e é vivido de forma intensa e
profunda em nossa paróquia.
Quero
aqui fazer memória de dois tempos, para que os mais jovens possam conhecer e
guardar no coração.
Lembro
o tempo que o reverendíssimo padre Argemiro Rolim de Oliveira (de saudosa
memória), o pároco da época, celebrava o mês dedicado à Virgem de Fátima.
A
imagem peregrina visitava as famílias à noite, e no dia seguinte, antes de
retonar à Igreja Matriz, o padre celebrava amissa em frente à residência da
família visitada, sempre as 18hs (exceto aos domingos). O retorno à Igreja
matriz em procissão, cantando músicas que ainda recordo algumas e intercalando
com a oração do terço, nos levava a viver, crianças, jovens, adultos e idosos,
uma forte experiencia de amor filial à Virgem Santissima.
Em
procissão com os seus uniformes, usando os seus distintivos que caracterizavam
cada movimento: o Apostolado da Oração, a Cruzadinha Eucaristica, os Coroinhas,
a Legião de Maria, os Marianos e os Filhos de Maria com as suas fitas azuis e lembro
que dentre outros cantavam:
“Ó minha linda fita azul
Tão azul, cor do céu de anil
É uma nesga do manto de Maria...”
Chegando à matriz a
oração da novena com as invocações seguidas do canto da Ave-Maria, a ladainha
de Nossa Senhora, muitas e belas melodias que hoje não se cantam mais, e logo
após, nunca esqueci o coro Paroquial entoava uma belíssima antífona mariana:
“Rainha do Céu,
alegrai-vos, alegrai-vos, aleluia (2x)
Porque Aquele que merecestes trazer em vosso
seio, aleluia (2x)
Ressuscitou como disse, aleluia, aleluia (2x)”
Em seguida a benção do
Santíssimo Sacramento e outra vez a imagem saia em caminhada para visitar a
casa de outra família, onde era sempre erguido um belo altar para acolher com
muito amor a imagem de Nossa Senhora. Essa graça de amar a Nossa Senhora, é
toda essa beleza que vem das gerações que nos antecederam, deixando esse selo
no coração dos filhos e a cada ano se renova com toda dedicação e fidelidade, e
o nosso coração proclama o canto profético de Maria: “Todas as gerações me
proclamarão de Bem-Aventurada” (Lc 1,48).
Outros sacerdotes vieram
pastorear o rebanho, e cada um, no tempo, sempre trazia algo novo para a
vivencia desse tempo tão forte e assim alimentar esse amor em nossas famílias.
Lembro o reverendíssimo
padre João Bosco de Lima também de
saudosa memória, introduziu a celebração da Santa Missa pela manhã, e ao
toque dos sinos da matriz despertando os fieis as 5:30hs com entusiasmo para a
missa das 6hs, ele já iniciava um canto à Virgem Maria de dentre outros que
cantava, um marcou o meu coração:
“Neste sertão uma barra
se ilumina
Prenunciando um sol com seu clarão...
Quero cantar, ó mãe os teus louvores
O teu andor eu sigo em devoção
Pois o Senhor em ti fez maravilhas
Imaculada é a tua Conceição...”
Celebrava a missa e a
imagem iniciava a caminhada logo cedinho, seguida de inumeros fieis cantando os
louvores à Mãe toda bela e toda pura, para visitar as famílias.
Cada tempo um novo jeito
de cantar os louvores da Mãe de Jesus, e o povo abaraça e acolhe com ternura e
muito amor, sempre com o coração em festa e um amor mais forte e cheio de
gratidão.
Assim todo o mês de maio,
somos pelo amor, levados a viver a experiência de uma proximidade com Jesus,
escutando a voz de Maria: “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Isto porque
Maria deseja corações sintonizados, unidos ao coração do seu amado Filho.
Proximos de Jesus, porque estamos bem próximos de Maria.
Todos com grande alegria,
caminhamos os 31 dias de maio com cânticos e louvores colhendo as flores
espirituais diariamente, para ofertarmos uma bela coroa à Virgem Maria, tecida
em cada ato liturgico, em cada Ave-Maria, no canto do ofício, nas
peregrinações, mas sobretudo na celebração eucaristica, quando comugamos o
corpo e o sangue de seu Divino Filho. Este corpo de Cristo que Maria gerou e
portou em seu seio, que cuidou com desvelo maternal, é o mesmo corpo que nós
recebemos no altar e nutre as nossas almas e que Ele mesmo nos aponta a
necessidade da missão: Leva-lo a outros corações. “Ide por todo mundo e pregai
o evangelho a toda criatura” (Mc 16,15).
Cantamos com voz forte e
vibrante o 31 de maio, cada um com uma bela coroa de amor e gratidão para
ofertar aquela que é a Mãe de Jesus, porque se colocou como serva – e serva
fiel. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc
1,38).
Todos queremos coroar a
nossa Mãe Imaculada! Nossa Rainha e Padroeira!
O altar é tecido com
amor, oração e com a ternura de corações que amam Maria Imaculada e despende
tempo, arte e beleza, somados aos louvores do povo mauritiense e de tantos
visitantes que vem também prestar a sincera homenagem a Imaculada Conceição
nesse dia glorioso, e nessa unidade de corações e almas proclamamos:
“Bem-Aventurada és tu ó Maria”. E com os olhos fixos na imagem da Imaculada
Virgem, erguemos um canto do mais profundo de nosso coração para ofertamos a
nossa coroa:
“Recebe ó Virgem nesta
hora augusta
O nosso afeto, ó Maria amada
Esta coroa de primores régios
Em tua fronte, ó Mãe Imaculada”
E com saudade elevamos a
Maria o nosso terno adeus, suplicando-lhe, ó Mãe, queremos está todos juntos no
ano que vem!
“Um terno adeus de
saudade
Te dão hoje os filhos teus
Adeus ó Mãe de bondade
Rainha do céu, adeus!”
Cada tempo tem o jeito
novo de fazer um caminho com Nossa Senhora, cada época um jeito de elevarmos o
nosso espirito e o nosso coração a Jesus por Maria. O nosso jeito de amar a
Maria é sempre antigo e sempre novo. Nós a amamos do nosso jeito, do jeito do
nosso coração e externamos de uma forma tão linda e tão verdadeira que só temos
um jeito, nunca, jamais, deixou de ama-la... Impossível não amar Maria!
Impossível deixar de amar quem nos ama! Maria me ama! Maria nos ama!
Este ano de 2020 é bem
diferente de todos já vividos até hoje. É um tempo novo. Mas, tenho certeza, o
nosso amor a Virgem Santíssima é bem maior, é mais forte. Em todos os recantos
de nossa paróquia, do centro da cidade aos mais longinquos lugares em todo o
municipio, as famílias, verdadeiras Igrejas domésticas, ergueram um altar ao
redor do grande altar da celebração da casa Mãe, para honrar Nossa Senhora e
rezar em unidade a nossa devoção e o nosso amor a nossa querida Mãe.
Então são muitos altares
para com o coração em prece, apresentar nesse ofertório cotidiano, no altar da
vida, a Jesus, pelas mãos e pelo coração de Maria, nossas dores, alegrias,
lágrimas, os enfermos, as famílias que estão sofrendo a dor da saudade pela
perda de seus entes queridos, mas de forma profunda a fé, a confiança e a
esperança da vitória com o fim dessa Pandemia, e aprendermos com Nossa Senhora
a alimentar o nosso coração com tudo aquilo que é bom e vale a pena guardar:
“Maria guardava todas essas coisas em seu coração” (Lc 2,51b).
O coração de Maria,
recolhido e ponderado guardava a fé, a confiança e a esperança e expressava o
louvor sempre direcionado a Deus: “Minha alma glorifica ao Senhor [...] porque
realizou em mim grandes coisas, aquele que é poderoso” (Lc 1, 46,49). Olhemos
para Maria e possamos descobrir a importância e o valor das coisas simples,
reconhecendo e tomando posse da graça de um Deus que nos ama e que vai guiando
nossa vida em meio as tribulações. E ao contemplar as virtudes da Santíssima
Virgem aprendamos com ele um novo jeito de ser e ter um coração agradecido ao
lembrar as lutas que enfrentamos e superemos com a força e a misericórdia do
Senhor, para mais fortalecidos e animados vecermos novas batalhas, e as nossas
igrejas domésticas possam ter a verdadeira face da Sagrada Família de Nazare e
contar com o espirito de Maria: “O Senhor fez em mim maravilhas e Santo é o seu
Nome” (Lc 1,43).
Que esse tempo tão
delicado que estamos vivendo, aprendamos na experiencia do sofrimento, na
escola de Nazaré, vitoriosos, voltar o nosso olhar para a nossa casa interior,
o nosso coração, nossa alma e rever o que precisa ser ordenado, mudado,
transformado para fortalecidos na graça,
tenhamos uma fé sempre mais crescente e sermos bem melhores do que somos hoje.
Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós!
Mensagem linda Goreti . Sou filha do Mauriti e quero deixar minha gratidao e devoção por Maria nossa mãe e mãe de Jesus .nós te coroamos sempre
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